Direito de Família na Mídia
A difícil decisão de doar o próprio filho
18/09/2008 Fonte: AndiCento e oitenta moradoras do Distrito Federal desistiram da maternidade e entregaram seus filhos para adoção entre janeiro e dezembro de 2007. Cento e doze eram recém-nascidos. Os outros tinham menos de um ano. Quase todos nasceram de brasileiras pobres e abandonadas pelos companheiros. Desesperadas, elas se sentiram incapazes de criar a criança e descobriram casais ávidos por adotar um bebê, receberam mimos das candidatas a mães adotivas, deram os filhos para os novos pais e, agora, amargam dias e noites de remorso, culpa, angústia ou desamparo.
Condenada ao abandono, a genitora não recebe qualquer amparo depois do parto e é comum que volte a engravidar e a abandonar mais um filho. "As estatísticas são preocupantes no DF. Não sabemos nada sobre elas. Não acompanhamos seu pré-natal nem a pós-adoção", reconhece a promotora da Infância Leslie Marques Carvalho. A Vara da Infância e Juventude criou um programa para apoiar grávidas que pensam em entregar o filho para adoção. O serviço ainda é muito pouco procurado. No ano passado, só oito mulheres foram atendidas.
"Correio Braziliense (DF), Ana Beatriz Magno - 17/09/2008"